Este texto é contribuição de Miguel Marques, estudante de psicologia na Unicastelo em São Paulo.
Resenha : Pensar o Ambiente: bases filosóficas
para a Educação Ambiental
Marta
Maria Pernanbuco e Antonio Fernando Gouveia
Marta Maria Pernambuco e Antonio Fernando
Gouvea da Silva discursam sobre a obra do educador Paulo Freire, que através da
sua experiência acadêmica e profissional escreveu vasta literatura sobre a
educação de jovens e adultos no Brasil. Sua obra é baseada na reflexão da
educação transformadora tanto das pessoas como do próprio mundo, contra a
injustiça e a opressão social para uma sociedade igualitária. O seu pensamento
foi construído ao longo de sua vivencia dentro do Brasil como educador e fora
dele como exilado político, que visa unir ação e reflexão direcionando para a
recriação do conhecimento através de trocas significativas partindo de
situações reais que visam a transposição de barreiras e idéias já
estabelecidas.
Os autores nos propõem partindo da
abordagem transformadora de Paulo Freire para a prática da educação ambiental o
estudo do meio pelos seus próprios moradores, numa ação global do sujeito a
transformar o mundo que o cerca, de forma ética com práticas de convivência
social e econômica mais igualitárias, de forma a possibilitar novas ligações
históricas contextualizadas de acordo com o local a ser aplicada, numa
construção coletiva de novos conhecimentos e intervenções da realidade. O
confronto de idéias que partem deste histórico real é a base para o superação
da consciência dita pelo autor como ingênua e a conquista da consciência crítica
e por conseqüência a ação
transformadora.
Para tanto a educação não pode
estar pautada na ação dominara, mas no diálogo entre idéias e ideais baseado no
interesse comum, organizado e sistematizado considerando os elementos do povo
ao qual esta educação será dirigida.
Embora Paulo Freire tenha participado
ativamente da política no Brasil, sendo Secretário Municipal de Educação entre
1989 e 1991, a educação brasileira está distante de ser um palco de dialogo entre
dominantes e dominados em busca do bem comum. A educação é sempre a mola
propulsora de discursos inflamados que não saem do papel, poucas políticas
publicas visam a real mudança educativa.
Ao contrário de Paulo Freire que
acreditava que a educação do povo deve partir deste, as políticas educacionais
que vivemos hoje pautadas no capitalismo que valoriza o bem de consumo em
degradação da valorização humana e do bem comum, têm por objetivo a manutenção do status quo, dificultando tal
práxis, distanciando a ação reflexiva e transformadora da ação educativa. A
mudança será possível quando o próprio homem oprimido se rebelar de seu papel
receptor e passivo, e sair em buscar de conhecimento significativo.
Referencias:
Carvalho.
Isabel Cristina Moura de. Pensar o
Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. Ministerio da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, UNESCO. Brasilia 2006.
link: Para baixar o livro na integra: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001831/183196poro.pdf