domingo, 1 de maio de 2011

Aprendizagem

Por Priscila Genaro                   

 Para D’Ambrosio (2001) aprender é a capacidade de explicar, compreender, de criticar e viver situações novas com consciência do que do que ocorre com si mesmo e com os outros a sua volta, desta forma pode-se dizer que vai muito além de domínio de técnicas e memorização de procedimentos e teorias.


Stokef ( 2000) afirma que a aprendizagem ocorre em três estágios:

·        a codificação (preparo das elaborações das informações);

·         a transmissão (reconhecimento da situação e a procura de uma solução);

·        decodificação (transformação da solução em ação).

Os órgãos sensoriais ativam o mecanismo de percepção que faz o agrupamento, a identificação e a interpretação das informações. Os conhecimentos pré-estabelecidos são acionados quando ocorre um estímulo, quando este estímulo não faz parte da memória há uma organização das informações pré-existentes em busca de uma nova solução.


Há pelo menos três tipos de formação de memória:

·        de longo prazo (aprendendo o que);

·        de procedimento (aprendendo como);

·        implícita (memória sem consciência).

Stokef esclarece ainda que após o estágio inicial de armazenamento de informações sensoriais a memória passa por um estágio de armazenamento temporário, antes de ser transferido para o armazenamento em longo prazo, que caracteriza a aprendizagem.

O aluno nos primeiros anos do ensino fundamento possui uma capacidade superior de ampliação da memória e nesta fase as informações são assimiladas com maior facilidade, nesta fase que o aluno necessita de estímulos sensoriais e motores para estabelecer a aprendizagem significativa.

       Segundo Marin (1971) Skiner em suas experiências com ratos, comprovou a aprendizagem por meio do reforço negativo e positivo. O rato, na busca pela sobrevivência, aprende a apertar a alavanca da gaiola para receber água e comida. Os animais como cachorros, ursos e focas aprendem truques em troca de alimentos, mas, se este reforço é suprimido, este animal não utilizará a ação aprendida para outro fim ou para voltar a receber outro tipo de estímulo, estará registrada em sua mente a ação e o estímulo específico. Mesmo que ele possa suprir suas necessidades em outra situação ele não saberá utilizar a ação em outro contexto, ele não conseguirá utilizar seus conhecimentos prévios, nem mesmo ensinar para seus descendentes o que aprendeu. Por se tratar não de uma aprendizagem no sentido verdadeiro da palavra, mas de um ato mecânico estimulado por um fator externo.

De acordo com o autor, homem se difere dos outros animais pela capacidade que possui de dar significado ou sentido as suas ações por meio da palavra, assim ele pode tomar consciência do ontem, do hoje e do amanhã, o que o animal não é capaz, para ele só existe o hoje, o momento vivido. O homem ao atribuir sentido à palavra, estabelece uma relação entre conceito e objeto. A palavra é a mola propulsora do desenvolvimento humano, toda vivência do homem e sua experiência são transformadas em palavras. O homem possui consciência reflexiva, transfere um conceito adquirido para outro contexto praticando a verdadeira aprendizagem. Por meio da palavra ele experimenta a possibilidade do vir a ser e da reflexão, fazendo do mundo um símbolo que possui diversos significados, de acordo com a vivência de cada indivíduo, dando sentido a sua existência por meio da consciência da palavra. O homem possui a capacidade de transmitir o que sentiu e aprendeu para que outro utilize suas experiências. Ele não necessita tocar o fogo para saber que este queima, pois pela palavra já verbalizou esta ação e suas conseqüências.

Tudo que vivemos e sentimos é simbolizado utilizando a palavra, que dá significado ao símbolo por meio da relação símbolo / significado. O homem estabelece assim, sua consciência de indivíduo na sociedade e no mundo.



Referencias Bibliográficas
D’AMBROSIO, U, Transdisciplinariedade, 2ª edição, São Paulo, Palas Atenas, 2001.
MARIN, A. J. Educação, Arte e Criatividade: estudo da criatividade não verbal.
São Paulo: Pioneira, 1996.
STOKEF, M. Neurologia para fisioterapeutas. São Paulo, Premiére, 2000

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